Psicopedagogia
Clínica ou Institucional? Qual é a diferença?
A psicopedagogia
é uma técnica da Psicologia, é um estudo, portanto não é uma ciência, contudo
fundamenta as suas práticas e pesquisas em várias ciências: Psicologia,
Sociologia, Filosofia, Antropologia, Psicanálise e Neurociência. Bebe da fonte das Psicologias, deste modo se
baseia nas teorias Construtivista e Sócio-construtivista de Jean Piaget e Vygotsky,
entre outros, da Psicologia Cognitiva e Comportamental, porque o Psicopedagogo
precisa identificar se o problema de aprendizagem é cognitivo (neurobiológico)
ou comportamental – neste caso a fonte pode ser emocional ou cultural – e desta
forma, deve analisar o convívio social do paciente.
As várias
teorias psicológicas são as bases do trabalho deste profissional, mas também a
psicanálise – visto que muitos instrumentos utilizados na clínica ou Espaço
Psicopedagógico é fundamentado pela psicanálise, afinal é preciso observar e
analisar o paciente para ter certeza das causas de seu problema, que pode ser
traumática.
Essas
práticas são clínicas, por isso diferenciamos a nomenclatura que utilizamos
conforme o atendimento: na clínica o nosso cliente é o paciente e na Instituição educacional ou no trabalho realizado em
empresas este é o aprendente. No entanto,
as bases científicas são as mesmas.
A Psicopedagogia
clínica é praticada em consultório e Espaço Psicopedagógico com instrumentos
específicos para diagnosticar, fazer a intervenção ou prevenir problemas e
dificuldades de aprendizagem de pacientes com histórico de fracasso escolar ou
com dificuldades de aprendizagem em seu ofício, seja em empresas ou por
transtornos neurobiológicos, lesões cerebrais, causadas por acidentes ou A.V. C,
entre outros.
O paciente
que procura um consultório psicopedagógico geralmente vem encaminhado por outro
profissional da área da saúde ou da educação (oriundos das escolas e centros
educacionais). A parceria com outros profissionais é muito importante, porque
dependendo do diagnóstico é preciso encaminhá-lo para um neurologista,
fonoaudiólogo ou psicólogo, o psicopedagogo nunca trabalha sozinho.
A palavra
clínica significa “olhar de perto”,
portanto para se observar atentamente e investigar a causa do problema ou
dificuldade de aprendizagem do paciente é preciso um olhar clínico um
tratamento personalizado, pois dependendo do problema, se for um transtorno neurobiológico,
o paciente precisará de uma atenção especial, o que não da para fazer na
escola, por exemplo, em grupo.
O Psicopedagogo
clínico atende a pessoas de todas as idades com diferentes problemas e
dificuldades de aprendizagem e não somente de crianças em idade escolar.
Quando
se fala na profissão do psicopedagogo temos que lembrar que apesar do trabalho
ser realizado em clínica ou em outra instituição, a formação deste profissional
é somente uma, isto é, a pós-graduação – que deve ser realizada em Faculdades,
Universidades e Centros Universitários devidamente credenciados pelo MEC – deve
ter uma grade que contenha disciplinas de clínica e institucional. Verifique a
grade e as disciplinas antes de escolher uma faculdade e realize uma pesquisa
para saber se a faculdade é credenciada. Além disso, a clínica também é uma instituição
a diferença está na intervenção, que no caso institucional é feita em grupo.
A Psicopedagogia Institucional
A
Psicopedagogia Institucional tem por objetivo a assessoria pedagógica e
psicopedagógica em escolas, centros educacionais, ONGs ou em qualquer
instituição que precise da orientação deste profissional.
Tem o
propósito de orientar a equipe pedagógica, docentes e discentes, bem como as famílias
no que se refere aos problemas e dificuldades de aprendizagem mostrando como diferenciá-los
e como lidar com estes. O Psicopedagogo escolar trabalha junto à coordenação e
direção da Instituição podendo participar, inclusive da construção do PPP
(Plano Político Pedagógico) da escola.
Deve
auxiliar a equipe e corpo docente quanto as diferentes fases de desenvolvimento
do aprendente e mostrar-lhes como trabalhar com diversas técnicas pedagógicas
de acordo com a idade destes aprendentes, além disso, auxilia-los quanto aos
problemas emocionais, visto que todos somos afetados emocionalmente o tempo
todo, no entanto para a criança e para o adolescente é mais difícil lidar com
conflitos existenciais. Isso se deve a anatomia e fisiologia cerebral.
Destarte,
o Psicopedagogo deve conhecer profundamente as teorias construtivista e
cognitivista de Piaget, a sócio-construtuvista de Vygotsky, as teorias dos
grupos e dos vínculos de Pichon Riviere, além de Wallon, Winnicott, entre
outras teorias da psicologia cognitiva, comportamental e social, buscando
entender e analisar os grupos culturais para integrá-los.
Além
das teorias mencionadas acima é imprescindível estudar a Neurociência, para
conhecer a anatomia e fisiologia cerebral, assim como a constituição do SNC e
SNP.
A Neurociência
tem auxiliado com maestria o trabalho do psicopedagogo e poderá ajudar o
professor em sala de aula.
O Psicopedagogo
Instrucional pode implantar métodos lúdicos de aprendizagem e ensinagem, tais
como jogos, encenações e peças de teatro para estimular as funções cognitivas
do aprendente, bem como auxiliar o professor na ensinagem, destarte atingindo a
todos os grupos. Para trabalhar os problemas emocionais pode utilizar o
Psicodrama.
Enfim,
o trabalho do Psicopedagogo Institucional não se limita às escolas e centros
educacionais, mas pode ser realizado em ONGs de todos os segmentos, hospitais
empresas e autoescolas. Os instrumentos de intervenção, prevenção e avaliação
psicopedagógica é para qualquer pessoa que possua alguma dificuldade ou
problema de aprendizagem.
Para
mais informações acesse o site da Abpp Associação Brasileira de Psicopedagogia
www.abpp.com.br
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