quinta-feira, 12 de setembro de 2019

A PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO




PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO 

A Psicologia do Desenvolvimento e as Teorias do Conhecimento. 

Começamos este texto com as teorias do desenvolvimento estudadas na Psicologia devido à importância desta para a eficácia do trabalho do Psicopedagogo, visto que este deve saber as etapas de desenvolvimento do aprendente para que possa trabalhar com instrumentos específicos e de acordo com a sua idade, bem como com as possibilidades de aprendizagem. deste modo, poderá identificar possíveis problemas cognitivos e diferenciar problemas neurobiológicos com dificuldades de aprendizagem por causas emocionais ou de má ensinagem. 
A Psicologia do desenvolvimento começa a partir das teorias do conhecimento dos filósofos empiristas e racionalistas da modernidade: a filosofia sempre se preocupou com como o cérebro aprende, como se dá o conhecimento na mente, isso desde os primórdios da filosofia antiga na Grécia. Contudo, vamos nos ater as teorias racionalistas e empiristas dos modernistas John Locke, David Hume, o inatismo ou racionalismo de Descartes e a revolução Kantiana de Immanuel Kant que é a teoria que mais se aproxima dos estudos atuais, principalmente nas áreas da Neurociência.

René Descartes: Penso Logo Existo 
O filósofo René Descartes nasceu na França no ano de 1596 e  dedicou a sua vida a investigação filosófica. Seu livro O discurso do Método, publicado em 1637, foi, junto com Meditações, a obra que inaugurou a filosofia moderna.. 
Foi a partir de sua indagações que Descartes engendrou esse livro tão famoso, pois foi em seus aposentos, analisando a própria mente, que o filósofo duvidou da própria existência ou da realidade que o cercava  chegando à conclusão que se pensava é porque existia criando a máxima Cogito ergo sum: Penso Logo Existo, o que mais tarde foi utilizado pela ciência como o  Cogito cartesiano que é o método de pesquisa das ciências. 
Descartes verificou a origem do erro, nos pensamentos, a partir de duas atitudes que chamou de  atitudes infantis ou preconceitos de infância (CHAUI, 2010, p. 166). 
A prevenção que nos deixa levar pela opinião alheia, ou seja, ideologia ou cultura de massa, sem se preocupar em analisar a verdade. temos que utilizar esse pensamento de Descartes o tempo todo, já que somos pessoas inteligentes e dotadas de conhecimento. ao contrário seremos somente mais uma criatura ignorante e sem a qualidade da razão (raciocínio lógico). 
As opiniões dão a falsa impressão de verdade absoluta o que nos acarreta pré-conceitos ((julgar sem conhecer).
A precipitação que a nossa  vontade nos faz emitir - vide Neurociência hoje, às emoções que nos causam antecipação e sofrimento - juízos antes de verificarmos se nossas ideias são verdadeiras. São opiniões que nossa vontade, por ser mais forte e poderosa que o intelecto, nos atribuem como verdades absolutas. Poderíamos aqui reforçar as teses de Descartes com as teorias de Freud sobre o instinto e a razão. no entanto veremos  isso em outro texto. 
Essas duas atitudes indicam, segundo Descartes,  que o erro situa-se no conhecimento sensível (sensação, percepção, imaginação, memória e linguagem). Para ele o conhecimento  real era puramente intelectual. Descartes achava que deveria haver uma reforma no entendimento da Ciência, ou seja, a reforma deveria ser feita pelo sujeito do conhecimento.   
Descartes criou um método de investigação científica para a busca da verdade que deveria seguir alguns preceitos: assegurar a reforma do intelecto como caminho seguro para a verdade; oferecer procedimentos pelos quais a razão possa controlar-se durante o processo de conhecimento; permitir a ampliação ou o aumento do conhecimento; oferecer os meios para que os novos conhecimentos possam ser aplicados.
O método era necessário para distinguir os pensamentos verdadeiros dos falsos. O sujeito do conhecimento descobre-se como uma consciência que não pode contar com o auxílio do mundo, desconfia dos conhecimentos sensíveis e culturais, o método guiará a distinção do verdadeiro e do falso 
Por que falar de Descartes em um artigo que se trata da psicologia do desenvolvimento e da psicopedagogia? Porque foi a parir das análises de Descartes a respeito do verdadeiro e do falso na investigação científica e filosófica é que se criou um método de investigação generalizado para as ciências, para que possamos confiar nas análises, sejam em laboratórios químicos, biológicos, físicos, enfim, em todas as áreas científicas, inclusive nas Humanas aos quais o laboratório é em campo, ou seja, na sociedade. É preciso diferenciar o científico, postulado primeiramente com hipóteses, da opinião popular em que uma ideologia é espalhada sem crivo científico. 
Assim é na Psicopedagogia que também é um estudo, uma técnica da Psicologia embasada em conhecimentos científicos testados. 
Dentro das análise filosóficas da idade moderna temos também John Locke (século XVII) que criou a teoria do conhecimento propondo analisar  cada uma das formas de conhecimento: a origem das ideias, a imaginação, a capacidade do sujeito cognoscente. Perceba que estes foram os precursores da Neurociência, que hoje, com exames de imagem, consegue estudar a ver em que área cerebral cada coisa acontece, o que era apenas uma suposição passou a ser um fato. 
Locke achava que o conhecimento situa o homem acima de outros seres e que o fato de observar requer esforço. para John Locke é a experiência que nos traz o conhecimento: Teoria que será utilizada na Psicologia Construtivista. 
David Hume, filósofo escocês empirista, assim como Locke, analisou a origem das ideias enfatizando o conhecimento a partir da experiência e acreditava que o conhecimento é sensível, ou seja, somente conhecemos a nossa realidade a partir da nossa experiência, daquilo que vivemos, somente depois de experimentarmos a realidade é que as ideias vão para a nossa mente. Assim como Locke, Hume acreditava que o nosso cérebro é uma Tabula Rasa.. 
Para  equilibrar as teorias empiristas e racionalistas Immanuel Kant (1724-1804), criou uma teoria que faria todos compreenderem que não é a mente que vai ao objeto do conhecimento, mas sim o objeto é que vem até a mente, como se esta sugasse o objeto para si. Denominou essa teoria de revolução Copernicana Kantiana, em que Kant diz que os conhecimentos são tanto racionais quanto empíricos, pois o nosso cérebro tem estruturas mentais que nos ensejam o conhecimento. Kant não estava errado. Hoje a Neurologia, assim como a Neurociência a partir de estudos e testes laboratoriais nos dão a possibilidade de conhecer as divisões cerebrais didaticamente e saber que são as sinapses neuronais que nos proporcionam conhecer a nossa realidade, além de nos mostrar de que forma sedimentamos o conhecimento na memória. 

A Psicologia do Desenvolvimento. 
A Psicologia do desenvolvimento engendrou-se como um estudo essencial para a compreensão do comportamento humano. Estuda o desenvolvimento do indivíduo e todas as mudanças que ele sofre em todos os aspectos da vida: cognitivo, afetivo, moral e social. O desenvolvimento humano refere-se ao desenvolvimento mental e orgânico (fisiológico), isto é, ao crescimento. Estudar o desenvolvimento humano significa descobrir que ele é determinado pela interação continua de vários fatores, significa compreender o desenvolvimento e as características de cada faixa etária, permitindo-nos reconhecer as individualidades, o que nos torna mais aptos para a observação e as interpretações do comportamento. 
Os fatores que influenciam o desenvolvimento humano são a hereditariedade (carga genética), crescimento orgânico e maturação neurológica, além disso as influências do meio em que vivemos: somos produtos do meio.
Esta  área do conhecimento estuda o desenvolvimento do ser humanos em  todos os seus aspectos, haja vista a necessidade de conhecer se este é saudável analisando o físico-motor, intelectual, afetivo-emocional e social, desde o nascimento até a melhor idade. 
Existem várias teorias do desenvolvimento na Psicologia que foram construídas a partir das observações e pesquisas com grupos de indivíduos de diferentes faixas etárias. Na atualidade a Psicologia do desenvolvimento é um campo de estudos da Psicologia com objetivos e métodos definidos, o que pretende observar, descrever e explicar os processos e mecanismos psicológicos internos que proporcionam  o aparecimento dos fenômenos comportamentais, tais como choro, agressão, linguagem, apego, etc.
A Psicologia do desenvolvimento serviu de base para a psicologia da educação, e consequentemente para a psicopedagogia, dando subsídios para que o professor conheça o processo de desenvolvimento do aprendente, bem como do paciente em consultório psicopedagógico clínico ou para a compreensão de todos os seres humanos já que vivemos em sociedade.   
No próximo texto iremos estudar as teorias de Jean Piaget, Vigotski, entre outros que fazem parte da construção deste estudo.



BIBLIOGRAFIA 

CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Editora Ática, 2010.
CORREA, et al. Psicologia da Educação e da Aprendizagem. Londrina: Editora e distribuidora Educacional S.A, 2016.





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