ATENÇÃO
APRENDIZAGEM E MEMÓRIA.
Para saber como o cérebro aprende e como armazenamos
informações e conhecimentos primeiro é preciso saber qual é a fisiologia
cerebral, ou seja, como o cérebro funciona.
Para
isso nos baseamos na neurociência da educação, bem como na fisiologia e
anatomia cerebral.
Entendendo
o sistema límbico:
O sistema ou estrutura límbica é parte do cérebro onde se
localiza as nossas emoções e memórias, pois ambas fazem parte do mesmo lobo
cerebral.
A
estrutura límbica regula o comportamento emocional, desta forma é preciso
cuidar para que emoções negativas não influenciem na memória: se tenho um
trauma por causa de uma aprendizagem mal sucedida não irei guardar os
conhecimentos na memória, tampouco querer aprender novamente, pois emoções
negativas provocam um bloqueio na memória permanente.
CONCEITO
As emoções são experiências subjetivas acompanhadas de
manifestações fisiológicas, nem sempre fáceis de ser detectadas. Para a Neurociência,
as emoções são fundamentais para a adaptação do indivíduo. No entanto,
estabelecer as bases neurais das emoções é uma tarefa complexa e ainda não
completamente elucidada.
O termo lobo límbico (limbus: margem, borda) foi sugerido por
Pierre-Paul Broca, que se referiu ao conjunto constituído por um anel de
estruturas corticais dispostas na face medial e inferior do encéfalo, ao redor
do diencéfalo e do tronco encefálico, considerado essencial no comportamento
emocional. (MELO, et al., 2018, p. 171).
Figura 1
Para
quem não conhece a anatomia cerebral, o lobo límbico fica na face medial, no
meio, interior, do cérebro e tem estruturas que conduzem as nossas emoções e
nos faz ter reações ao meio em que vivemos,
No
entanto nem sempre as informações ou estímulos externos nos causam bem estar,
por isso é necessário que tenhamos boas emoções para aprendermos, pois os
neurônios liberam substâncias químicas que nem sempre são agradáveis. Contudo,
ao aprendermos o que gostamos e quando somos recompensados as nossas células
neuronais liberam um neurotransmissor chamado Dopamina que nos dão a sensação
de bem estar, o que na psicologia Behaviorista chamamos de reforço positivo.
O
cérebro está apto a aprender, assim sendo só tem essa pré-disposição para
aquilo que tem significado, isso quer dizer que o aprendente precisa saber o
que está aprendendo e qual a sua utilidade. Portanto, não são somente as
emoções que irão lhe dar condições para fixar os conhecimentos na memória, mas
também a utilidade do conhecimento.
Chamamos
esse significado de hierarquia do conhecimento que é a capacidade do ser humano
saber para que serve tal conhecimento, o que o sujeito irá fazer com o que
aprende, mesmo que seja o conhecimento pelo conhecimento que neste caso deve
ser explicado ao aluno, pelo professor, que todo conhecimento tem valor, porque
este provoca a plasticidade mental e é um exercício para o raciocínio logico,
além de despertar a criatividade.
Destarte,
o professor deve ser um construtor do conhecimento e perceber o aprendente como
o centro da aprendizagem mostrando-lhe o caminho para o conhecimento sendo
afetivo e criativo, promovendo aulas lúdicas em que o aluno possa participar e
não ser somente mero espectador.
Os
jogos, as encenações, as aulas práticas em campo, enfim as teorias colocadas em
pratica são subsídios para a hierarquia do conhecimento. Além disso, o
professor deve mostrar interesse pela aprendizagem de cada aluno sendo empático
e atencioso. Quando se fala em afetividade não significa que o professor deva
abraçar e beijar os seus alunos ou trata-los como filho, mas deve mostrar o
engajamento na ensinagem buscando métodos diferenciados que possa alcançar
todos os aprendentes: aulas tradicionais expositivas não alcançam a todos, por
isso o professor deve ser criativo, lúdico.
Passar
as mãos nos cabelos, tocar os ombros agradecer, elogiar quando o aluno se
envolve com o saber são gestos afetivos, o que faz com que os neurônios liberem
a dopamina (neurotransmissor da recompensa) fazendo com que o aluno queira
aprender mais e participar das aulas.
O
professor deve saber qual é a melhor forma de apresentar os conhecimentos ao
aluno de modo que este reconheça os saberes como significante: a apresentação
de uma peça de teatro temática, a confecção de um jornal com notícias
históricas ou com conteúdo político leva o aluno a entender a sua própria
realidade. Nas aulas de História fazer comparações com o que está acontecendo
na contemporaneidade faz com que o aprendente entenda que estudar o passado
pode mudar o presente e que momentos históricos se repetem. É preciso fazer a
ponte entre um período histórico passado com a atualidade: isso é hierarquia do
conhecimento, além de despertar afeto.
No
sistema límbico temos o Hipocampo que é a região em que se estabelecem as
memórias e estruturas que causam emoções, portanto se as emoções forem
negativas o aluno bloqueará o conhecimento, visto que as amigdalas cerebrais –
pequenas estruturas que se parecem com amêndoas – tem uma relação anatômica com
o hipocampo. Uma das funções do corpo amigdaloide é exercer a interface entre
as percepções e as emoções: isso significa que essa estrutura percebe o que
está acontecendo em nosso entorno e aciona nossas defesas, destarte podemos
paralisar correr ou agredir, pois as sensações são de medo e ansiedade.
Um
indivíduo com medo ou ansioso não fixa conhecimentos na memória, já que é
preciso calma e afeto para que os conhecimentos se fixem. Essa região analisa o
nível de ameaça e nos defendem dos perigos. Pensar em um aluno que agride, que
atrapalha a aula ou que estagna, é pensar em alguém que está ansioso, com medo
ou se sente ameaçado.
Atenção: Pais
devem trabalhar a autoestima de seus filhos.
Memória Operacional ou Memória de
Trabalho.
A
memória não é unitária ela pode ser de longo prazo ou de curto prazo.
Memória de longo prazo: é
responsável pelo registro de duração de nossas lembranças permanentes:
geralmente as nossas lembranças permanentes estão ligadas às emoções, sejam elas
positivas ou negativas.
Memoria de curto prazo:
responsável por armazenar acontecimentos recentes, é a nossa memória de
trabalho. Quando dormimos guardamos somente as memórias que nos interessam. O
cérebro joga fora informações inúteis.
Figura
2.
Memória explicita transitória: conhecimentos
adquiridos, lembrados e utilizados conscientemente. Ex: o que comemos no almoço
ou número de telefone
Memória Implícita (permanente): a
memória se manifesta sem esforço ou intenção consciente, não temos consciência
do que estamos nos lembrando. Ex: escovar os dentes ou andar de bicicleta,
enfim hábitos diários.
A memória explicita que
é transitória, é importante para a regulação do nosso comportamento. Essa
memória era chamada de memória de curto prazo, hoje é chamada de memória de
trabalho ou operacional.
Informações relevantes – Atenção –
Consciência. As memórias relevantes são armazenadas
no consciente e depois vão para o subconsciente.
Além
da afetividade é preciso ter atenção para armazenar conhecimentos. Portanto, é
preciso observar o aluno para verificar se este tem algum déficit ou se
problemas familiares estão afetando a aprendizagem, deste modo é preciso que o
professor e a comunidade escolar tenham conhecimentos para não julgar
injustamente um aluno.