quarta-feira, 18 de setembro de 2019

O QUE É NEUROCIÊNCIA




O QUE É NEUROCIÊNCIA?

       A Neurociência é a ciência que estuda o SNC (Sistema Nervoso Central) e SNP (Sistema Nervoso Periférico), além de estudar a anatomia e fisiologia cerebral.
       Os estudos da Neurociência se referem ao encéfalo que é o conjunto do tronco cerebral, cerebelo e cérebro, parte superior do sistema nervoso central que controla o organismo.


       A Neurociência é uma ciência nova, antes quem estudava a anatomia cerebral e sua fisiologia era somente a neurologia, hoje esta ciência recente, e tão importante, não somente estuda o encéfalo como tem uma multidisciplinaridade e está sendo utilizada em várias áreas de pesquisas e departamentos de justiça (Neurociência Forense) além da polícia, tal como no FBI, nos Estados Unidos, devido ao seu aprofundamento sobre o funcionamento do cérebro, as sinapses neuronais e como esse órgão conduz o nosso comportamento.
Essa ciência teve seu início no século XIX com os experimentos dos fisiologistas Fritsch e Hitzig, após fundamentar as pesquisas de Wernicke e Broca sobre a funcionalidade das áreas da linguagem no lobo temporal cerebral.
Gustav Fritsch e Eduard Hitzig aprimoraram os conhecimentos da neurologia sobre o funcionamento do SNC estabelecendo a localização cerebral e suas funções com estimulações elétricas: estimularam pequenas regiões cerebrais com eletricidade na superfície do cérebro de cães acordados o que causou contrações musculares na cabeça e pescoço e em outras partes causavam reações nas pernas anteriores e posteriores. Isso significa que estes cientistas realizaram um experimento de localização anatômica e didática das partes motoras do cérebro. O que para nós foi uma conquista, pois a partir dai foram realizados vários outros experimentos dando início a uma nova área de estudos e pesquisas, isto é, a Neurociência que conhecemos hoje.  
Após a pseudo ciência de Gall – a teoria sem fundamentação teórica e pesquisas realmente comprovadas – a frenologia ser refutada, a Academia Francesa de Ciências pediu ao neurofisiologista  Pierre Flourens  para realizar experimentos em animais em prol da refutação das inferências de Gall. Deste modo, suas primeiras pesquisas  se iniciaram em 1825 quando foram feitas as primeiras descobertas relacionadas ao funcionamento do encéfalo.
Dai por diante muitas pesquisas referentes ao funcionamento do encéfalo se estabeleceriam dando a proporção de pesquisas neurocientíficas que existem hoje.
A associação de neurocientistas foi criada somente na década de 1970 dando possibilidades dos estudos se multiplicarem e serem usados em várias áreas, no entanto ela é uma ciência única, contudo utilizada para vários setores, seja na educação, na saúde, no marketing, nas tecnologias de informática ou laboratoriais, enfim, é preciso conhecer o funcionamento do encéfalo para conhecer o comportamento humano.
Essa ciência nasce a partir da neurofisiologia, mas tem sua fundamentação na biologia, pois parte do pressuposto das ciências biológicas, porque se estuda a estrutura das moléculas, das ciências químicas e físicas, porque estuda as propriedades elétricas e químicas. Deste modo, podemos dizer que a Neurociência é muito rica, pois é multidisciplinar o que nos causa algum trabalho em estuda-la. O estudante que não tiver alguma base em biologia deverá se interar.
Estudos neurocientíficos mostram que gestações mal sucedidas podem causar lesões, doenças mentais e deficiência intelectual nas crianças, ou seja, está área nos ajuda identificar os por quês de déficits intelectuais e distúrbios neurobiológicos, dando respaldo ao Psicopedagogo e ao professor em sala de aula.
Acidentes durante a gravidez e o parto, infecções maternas por rubéola, asfixia durante o parto, nutrição deficiente durante a gravidez, síndrome fetal alcoólica, estado de miséria – falta de boa nutrição, socialização e estímulos sensoriais – durante a infância, tudo isso foi documentado pela neurociência como causas de deficiência intelectual em bebês.
É por isso que estudantes de pedagogia ou de outras licenciaturas, enfim, quem pretende ser professor deve iniciar os estudos em Neurociência, porque é preciso saber que nem todo aluno aprende com aulas tradicionais: as aulas devem ser personalizadas. Além disso, é preciso entender que um aluno de uma classe social menos favorecida, por muitas vezes, não terá a mesma inteligência de um aluno da elite, ou seja, as possibilidades de problemas no encéfalo durante a gestação são possíveis.
Com o estudo da Neurociência podemos conhecer didaticamente as partes do cérebro, as células neuronais e como se dão as sinapse e saber, principalmente, como estimulá-lo para que haja uma maior probabilidade de conhecimentos. Sabemos hoje que o nosso cérebro é plástico, isto é, quanto mais estimulo, mais se expande proporcionando novas sinapses.
Crianças com retardo mental têm falhas no espinhamento dendrítico, ou seja, quanto mais espaçamentos nos espinhos dos dendritos maior é o grau de deficiência. Uma criança cuja vida neonatal foi prejudicada, por falta de nutrientes ou devido à doenças, terá menos sinapses, portanto profundas mudanças nas conexões cerebrais.
Para reverter esse quadro é preciso estimular o cérebro com instrumentos pedagógicos, os jogos, por exemplo, e com uma alimentação adequada, além de estímulos sociais, conexões com o mundo exterior, novas culturas, atividades lúdicas etc. tudo isso em prol de uma plasticidade cerebral.  
O cérebro é dividido didaticamente em dois hemisférios: o direito (área da criatividade) e o esquerdo (área da lógica e da linguagem), contudo funciona em conjunto, não existe a possibilidade de uma área funcionar mais que a outra, somente se for lesionada.

Hemisférios Cerebrais

Além dos hemisférios o encéfalo foi dividido didaticamente para estudos, para que possamos saber como ele funciona e qual região é responsável pelo o quê e de que forma as sinapses neuronais passam as informações entre si e como estabelecem o funcionamento do encéfalo, bem como do corpo.
O neocórtex cerebral ou cérebro racional é dividido em Lobos ou regiões:
Lobo Frontal – Dividido em duas áreas, córtex motor e pré-frontal, a principal função do córtex motor e controlar os movimentos voluntários, incluindo a linguagem, da escrita e dos olhos. O pré-frontal é responsável pelas funções cognitivas, está relacionado com o raciocínio lógico.
Lobo Temporal – É relacionado principalmente com o sentido da audição possibilitando o reconhecimento de sons específicos e a intensidade do som. É responsável pelo estabelecimento da memória, pois aqui fica o Hipocampo que é a sede das memórias.
Lobo Occipital – É responsável pelo processamento das informações visuais, tumores ou lesões nesta região pode causar cegueira.
Lobo Límbico – Envolvido com aspectos comportamentais é influenciado pelas emoções, onde nascem, e comportamento sexual. As memórias são processadas nesta região, no hipocampo. Essa região é muito trabalhada por nós Psicopedagogos e neurocientistas, porque essa é a sede das emoções e são elas que efetivam os conhecimentos, e da defesa instintual, pois é aqui que ficam as amigdalas responsáveis pelo medo e a ansiedade.
Lobo Parietal – Localizado na parte superior do cérebro é subdividido: parte anterior (designa-se por córtex somatossensorial que possibilitam a recepção das sensações, de dor, tato e temperatura do corpo) e posterior que é uma área secundária e analisa, interpreta e integra as informações recebidas pela área anterior ou primária.
Resultado de imagem para lobos cerebrais
Toda a funcionalidade do nosso corpo perpassa as áreas cerebrais, inclusive aquela sensação que alguns chamam de “sexto sentido” que na verdade são os nossos neurônios, que estão em várias partes do nosso organismo, mandando informações para o nosso Lobo Parietal, responsável pelas sensações e percepções.
Portanto, o estudo da Neurociência é importante para saber como o nosso encéfalo funciona, como conduz o nosso comportamento, como são feitas as sinapses e de que forma posso melhorar o meu desempenho cerebral, isto é, como posso melhorar a minha plasticidade cerebral. Isso significa que com estímulos todos nós podemos ser pessoas inteligentes.

Bibliografia
COSENZA, Ramon M. & GUERRA, Leonor B. Neurociência e Educação. Porto Alegre: Artmed, 2011.
MELO et al. Neuroanatomia: Pintar para aprender. Rio de Janeiro: Gen/ Roca, 2018.



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