O Trabalho do Psicopedagogo nas Escolas
Públicas.
O trabalho do Psicopedagogo nas Escolas Públicas é
importante para que se possa descobrir, e tratar, problemas de aprendizagem nos
primeiros anos do ensino infantil, neste caso se faz um trabalho preventivo,
sendo assim é possível fazer a prevenção e a intervenção se acaso detectado
problemas e dificuldades de aprendizagem.
No Brasil não há
psicopedagogos nas escolas públicas em todos os estados, em São Paulo, por
exemplo, somente em alguns municípios, embora a lei n° 15 719 (“Dispõe sobre a implantação de assistência
Psicopedagógica em toda a rede municipal de ensino, com o objetivo de
diagnosticar, intervir e prevenir problemas e dificuldades de aprendizagem...”)
tenha sido sancionada pelo Prefeito Fernando Hadadd em 24 de abril de 2013. Desta forma ha interesse em pesquisar e
orientar gestores, diretores e professores de escolas públicas quanto à importância
deste profissional, visto que é uma profissão considerada nova e porque não há
conhecimento por parte dos profissionais da Educação.
Buscando a melhoria da Educação é possível descobrir
transtornos, distúrbios e síndromes, ou mesmo uma dificuldade de aprendizagem,
nos primeiros anos da infância facilitando o trabalho de professores e
orientando pais e alunos quanto aos métodos que poderão ser aplicados de acordo
com cada problema.
Como o Psicopedagogo tem acesso às várias ciências que
compõe esta profissão – sendo a neurociência da Educação uma das mais
importantes – além de aprofundamento nas psicologias do desenvolvimento e
comportamento, este poderá corroborar para que os profissionais da educação
tenham um resultado satisfatório no ensino-aprendizagem dos alunos.
O Psicopedagogo, na escola, poderá dar assessoramento
pedagógico, planejamento educacional, em caráter clínico, realizar diagnóstico
institucional e propostas operacionais pertinentes ao ambiente considerando a
cultura local, social e econômica. Pode trabalhar com grupos de 11 alunos,
especificamente para cada série, ou em casos especiais, com olhar clínico,
individualmente.
Poderá encaminhar alunos para outros profissionais, se
necessário, e fazer parcerias com o funcionalismo público.
A Psicopedagogia não se limita apenas a assistência ao
problema, mas também a prevenção e a promoção da saúde, ou seja, desenvolve
atividades com professores, alunos, aprendentes hospitalizados ou em
instituições, como no caso da escola pública, para evitar que dificuldades de
aprendizagem se instalem. Trabalha
também com orientação às famílias, promovendo um ambiente saudável para os pais
e alunos, além de orientar os professores nas questões afetivas.
O trabalho do psicopedagogo na instituição escolar tem a
função social de socializar conhecimentos, promover o desenvolvimento cognitivo
e a construção de regras de conduta – isso pode ser feito com jogos e nas aulas
de educação física sob a orientação deste profissional – dentro de um projeto
social mais amplo que poderá incluir os pais.
Este profissional preocupa-se em preparar o indivíduo
para uma sociedade mais ética: virtudes morais, conduzindo às suas habilidades
em prol de uma sociedade digna.
Muitos alunos apresentam problemas de psicomotricidade,
apesar de os professores de educação básica do ensino fundamental I serem aptos,
muitas vezes falta direcionamento, deste modo o Psicopedagogo, em parceria com
o professor especialista, poderá elaborar exercícios para melhorar o desempenho
do aluno – os jogos, as brincadeiras, enfim, o movimento e a expressão corporal
fazem a criança aprender brincando – mesmo por que a motricidade acompanha o
desenvolvimento cognitivo e vice-versa.
Com a intervenção psicopedagógica é possível sanar
problemas de aprendizagem com a aplicação de testes e avaliação da instituição
– toda vez que se levanta uma hipótese, conforme a suspeita do problema
aplicam-se testes específicos em prol de eliminar a dúvida – e posteriormente
com instrumentos de aprendizagem específico para cada faixa etária. A
intervenção nas escolas públicas pode ser feita em grupo. Desta forma, a equipe
de profissionais da educação poderá trabalhar conforme as necessidades do aluno
devolvendo-lhe o prazer de aprender.
Reuven Feuerstein, psicólogo romeno
radicado em Israel, desenvolveu um método de avaliação de capacidade de
aprendizagem, que denomina de Avaliação Dinâmica do Potencial de Aprendizagem
(Learning Potential Assessiment Device – LPAD.) esse autor entende que os
métodos tradicionais de avaliação são insuficientes para informar sobre a
capacidade de aprendizagem dos indivíduos. O sistema de avaliação LPAD visa
fundamentar:
a)
Verificar
o potencial da aprendizagem;
b)
Conhecer
as possibilidades reais de aprendizagem;
c)
Conhecer
a natureza do processo de aprendizagem, compreendendo as funções deficitárias;
d)
Dar
pistas sobre o método de intervenção que pode facilitar o processo de
aprendizagem. (Sisto, et al, 1996, p.129).
Feuerstein usava métodos já conhecidos e outros criados
por ele, como por exemplo, a aplicação do LPAD que consiste em aplicar o teste
para verificar o estágio de aprendizagem do aluno, fazer a intervenção e depois
o teste novamente para ver o que este alcançou. O teste é aplicado de forma
dinâmica: teste – aprendizagem – teste. Sabendo que todos nós aprendemos, porém
dentro dos nossos limites e é por isso que nosso cérebro deve ser estimulado.
As teorias do desenvolvimento, Piaget e Vygotsky, devem
sempre ser utilizadas nas escolas, pois crianças e adultos aprendem dentro dos
seus estágios de desenvolvimento e isso deve ser respeitado. As teorias
comportamentais e construtivistas tem um papel importante na aquisição dos
conhecimentos de um Psicopedagogo, porque este as usará em prol de um trabalho
dinâmico e efetivo.
Por que se trabalha como jogos e testes?
Porque os testes nos dão um norte de como aplicar a
intervenção e qual é o problema de aprendizagem.
Os jogos simulam a vida e constroem no aprendente regras
de conduta, assimilação da realidade, a importância do respeito, a integridade
física, a parceria, ou seja, a importância de viver em sociedade e de criar
relações consistentes, além disso, aprende que sem a interação social não há
aprendizagem: a ida ao play é
importante para criar essas relações.
Os jogos também trabalham as disciplinas de português,
matemática, história, química, etc. enfim, o objetivo dos jogos é construir
conhecimentos e estimular a criatividade. Geralmente usa-se esse artificio com crianças
entre dois e nove anos, no entanto não nos impede de utilizá-los com
adolescentes, jovens e adultos, eis o exemplo do RPG, que trabalha toda a parte
cognitiva, emocional e motricidade. É um jogo de estratégia que estimula o
raciocínio lógico, outro jogo que pode ser inserido, inclusive como disciplina
alternativa, é o xadrez.
Os jogos trabalham:
·
Conflitos emocionais: raiva, mágoa, dor;
·
Avalia a capacidade de inteligência, atenção,
iniciativa;
·
A criança comunica inconscientemente o que
está acontecendo com ela, inclusive conflitos familiares: no “parquinho” espaço
de brincadeiras, quando uma criança é muito agressiva, por exemplo.
O
método tradicional de ensino, escola Prussiana, não identifica problemas de
aprendizagem, e nem tampouco auxilia o aprendente a buscar formas construtoras
de aprendizagem, porque estagna, e desestimula o aluno com dificuldades que
desisti desse processo: o aluno se sente incapaz e excluído da comunidade, pois
deixa de ser um ser cognoscente.
Com
a intervenção psicopedagógica nas escolas públicas a defasagem, bem como a
repetição de séries seria impossível, já que este profissional respeita os
limites de cada ser humano introduzindo métodos direcionados a reconstrução do
conhecimento.
O
que é Psicomotricidade?
A Psicomotricidade é o estudo do ser humano por meio do
movimento corporal e suas interações com o mundo. Seu estudo é relacionado ao
desenvolvimento cognitivo, afetivo e orgânico: Motric= movimento humano. PSI= emocional e CO = Cognitivo.
A História da Psicomotricidade começa na Grécia antiga
com a supervalorização do corpo, principalmente o masculino, em que os homens
exibiam corpos fortes e praticavam o exercício físico como complemento de uma
mente saudável: Platão filósofo grego da era clássica em seus diálogos
enfatizava a combinação de exercícios físicos em conjunto com a habilidade de
filosofar como um hábito saudável. Na Grécia a ordem era que o belo é o bom,
deste modo o homem grego – cidadão grego – tinha o direito de participar das
discussões na Ágora (praça pública),
para decidir a vida política local e ir ao Estadiun
para participar dos esportes gregos.
Neste período histórico o homem sabia que deveria
combinar a saúde da mente com o corpo, pois isso lhe daria a condição de
desenvolver a parte cognitiva do cérebro e a motricidade. Aristóteles, filósofo
estagirita, dizia que o corpo era o lugar da matéria lapidada pela alma.
Portanto trabalhar a mente é trabalhar o corpo e
vice-versa, destarte a importância de deixar a criança brincar, movimentar o
corpo: correr, subir em árvores, brincar de esconde-esconde, pega-pega, rouba bandeira,
queimada, polícia e ladrão, etc. em brinquedos planejados para o
desenvolvimento motor, tal qual os que hão nos espaços apropriados para isso “
parquinhos” é deveras necessário para o desenvolvimento cognitivo, lógico e
comportamental da criança. Não se deve proibir a criança de brincar, mas sim estimulá-la
para que cresça saudável e com habilidades sociais e inteligência emocional.